quinta-feira, 27 de março de 2014

Churrasco inesperado!


Decidi compartilhar algumas reflexões aqui. É um assunto bem delicado, e na realidade ele expressa mais minhas dúvidas que qualquer certeza.

Estava, ontem, na estrada percorrendo o trecho entre Piranga e Porto Firme. Por volta das 21:30, vejo as luzes de um carro de polícia bem de longe. Quando me aproximei, vi que era um acidente que havia ocorrido. Um Saveiro ou algum desses carros, sou ruim em reconhecer esses modelos/marcas, tinha atropelado e matado um boi. Podia ser uma vaca, tava escuro e não parei perto da carcaça do animal para "perícia". Parei um pouco mais a frente pra perguntar o que tinha ocorrido e se alguma ajuda era necessária.

Disseram-me que era um motorista de Cajuri, e que ele não tinha se machucado. O meu interlocutor apontou para uma das pessoas que estavam próximas ao carro destruido e disse ser ele o acidentado. O rapaz estava de pé e parecia passar bem, apesar do susto. Começaram a comentar sobre o churrasco que teria no outro dia. Normal, afinal ninguem (humano) se machucou.

Resolvi seguir minha viagem. Mais um carro parado naquele local não seria útil e eu não iria esperar a policia liberar tudo para poder carregar matéria prima pra um churrasco no fim de semana.

Sempre depois de algo assim, eu fico mais reflexivo. Poderia ter sido comigo, afinal eu estava na estrada mais ou menos no mesmo horário. Ai começam aqueles encadeamentos de idéias que de certezas têm quase nada.

Prestando atenção na estrada dá pra quer que as cercas que contem esses animais são muito precárias. Vários defeitos visíveis por um motorista com olhos pouco treinados em qualidades de cercas. Além, é óbvio, de eu estar analisando isto durante a noite.

Esse tipo de acidente sempre ocorre por aqui.
_"É um absurdo total!"
_"Estas cercas deveriam ser boas, que irresponsabilidade dos proprietários desses terrenos."
_"Nessas horas os donos dos animais somem. Ninguem descobre quem são".

Qual argumento um advogado usa pra defender este "criminoso"?

Talvez, sei lá, o fato do governo do Estado ter passado uma estrada dentro da minha propriedade sem me pedir? Minha mãe conta, que o pai dela, meu avô, vendeu uma propriedade entre Viçosa e Porto Firme porque achou um absurdo este roubo. Um advogado poderia usar este argumento? Olha só, "além de tomar parte da propriedade, ainda obrigam que cercas sejam construidas e responsabilizam criminalmente meu cliente por acidentes".

Meu avô não queria que a estrada entre Porto Firme e Viçosa passasse na propriedade dele. De nada adiantou. Não questiono a importância dessas estradas para as cidades ligadas por elas. Mas essas irresponsabilidades de quem construiu encadeiam problemas. Não sei se é verdade, mas escuto que esse é o problema que gera uma Barrinha com casas tão próximas da estrada.

Alguns podem argumentar que os terrenos foram valorizados. Mas o proprietário não pediu por isso. E o negócio dele pode ser seriamente prejudicado. Pra quem cria animais o problema de ter sua propriedade dividida assim é grande.

Cheguei em casa, tomar banho e ir dormir...



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